Disfunção erétil: saiba como superar em qualquer idade
Pode acontecer em todas as idades, seja por problemas físicos ou psicológicos. Especialistas dizem que é mais fácil enfrentar o problema a dois.
Após uma noite regada a muito vinho, o publicitário J.B., que prefere não se identificar, saiu com a namorada e, para surpresa do casal, não conseguiu ter ereção. “Fiquei muito constrangido, na época, sem jeito mesmo. Mas ela reagiu de forma mais tranquila do que eu. Foi reconfortante”, admitiu o jovem, que tinha 28 anos de idade na época. Ele acredita que o problema deve ter sido gerado por conta do excesso de álcool no sangue, mas que a companheira soube entender que o problema foi pontual e não voltou a se repetir.
O caso do jovem está longe de ser uma exceção. Problemas de ereção atingem homens de todas as idades, por diferentes razões, e com maior ou menor frequência. O movimento “Novembro Azul” tem sido um forte instrumento para derrubar velhos tabus como esse. Entre eles, o de que a disfunção erétil é um problema a ser encarado exclusivamente pelo homem. Quando os companheiros(a) participam do tratamento, as chances de o efeito ser bem-sucedido são maiores. É o que acreditam especialistas.
Parceria, sempre!
Para o urologista do Hapvida, Tiago Soares Bissonho, é comum o homem procurar o médico quando começa a se sentir incomodado com a situação ou se a própria companheira passa a reclamar. Para ele, os parceiros (as) precisam se envolver de forma solidária. “A parceira (o) tem de ser parceira (o). Procurar estimular o companheiro. A gente percebe, em muitos casos, a cobrança, mas quando há essa parceira a situação tende a ser mais fácil”, aponta.
Parceira (o) tem de ser parceiro (a), orienta médico
De acordo com o médico, existe uma lista de diferentes razões para explicar a disfunção erétil. As principais, contudo, resumem-se a causas orgânicas ou motivos psicológicos. Segundo o urologista, quando a causa é orgânica o problema pode estar relacionado à arteroesclerose (acúmulo de placas de gordura nas paredes das artérias), diabetes, problemas nos nervos, obesidade, deficiência hormonal ou até consequência de cirurgia de próstata e câncer pélvico.
“Geralmente, são pacientes mais velhos. O problema vai acontecendo ao longo dos anos. A disfunção erétil de causa orgânica é reflexo de uma situação acumulativa”, explica Bissonho.
Todas as idades
Conforme o médico, em homens mais jovens, a partir de 18 anos, é mais comum a doença ser causada em função de distúrbios psicológicos como depressão, estresse elevado e autoestima baixa. O médico aponta uma forma de identificar mais facilmente se a origem do problema é orgânica ou psicogênica. É comum o homem ter ereção involuntária durante a noite devido ao acúmulo de urina. Quando isso para de acontecer, pode ser um indicador de que a causa da doença é orgânica. “Mas se isso ocorre e mesmo assim o paciente tem disfunção erétil, é um sinal de que o problema não é no pênis em si. O sistema está preservado. O problema é no comando”, orienta.
O tratamento será de acordo com a origem da disfunção erétil. Ele adianta, entretanto, que é necessário mudar velhos hábitos alimentares e fazer atividade física. No caso orgânico, principalmente, o paciente recebe medicações via oral, o mais conhecido é o comprimido Viagra. Se o problema for mais sério, pode ser preciso aplicar injeções no pênis. Nenhum dos dois tratamentos anteriores, porém, resulta na cura. Somente uma cirurgia pode curar a disfunção erétil em definitivo. “É colocada uma prótese peniana e o homem passa a ter ereção 100% do tempo”, resume.
Problema tem causas psicológicas e orgânicas
Motivos psicológicos
Para a psicóloga Marcela Clementino, também do Hapvida, é preciso respeitar a particularidade de cada paciente. Quando os pacientes apresentam disfunção, é realizada uma avaliação psicológica, por meio de entrevistas, para verificar e investigar as causas do problema.
Ela concorda que o engajamento do parceiro(a) é fundamental para a recuperação do homem, sobretudo se a causa da disfunção for psicológica. “Essas entrevistas são com o homem e também com a parceira (o). Ela (o) é parte integrante do processo”.
A psicóloga acredita que, até nos casos de origem orgânica, é imprescindível trabalhar a parte psicológica do paciente. “Ele fica inseguro, com medo, perde autoestima e a confiança. Paralelo ao que os exames fisiológicos apontarem, será preciso realizar a psicoterapia para o problema não se manifestar pelos dois lados”, indica.
O psicológico das companheiras (os) também deve ser acompanhado. “Muitas vezes a companheira (o) acreditam que o problema está neles (as), daí a necessidade de o trabalho ser conjunto com o casal”, explica Marcela.
Para a psicóloga, aos poucos, preconceitos relacionados ao sexo estão sendo derrubados, sobretudo no universo masculino. “As questões sexuais tendem a ser um tabu. É importante termos iniciativas como o ‘Novembro Azul’ para que os homens saibam que existem profissionais e métodos para cuidar de problemas como esse. É essencial esse tipo de campanha para que ele busque ajuda”, recomenda.
CAUSAS PSICOLÓGICAS | CAUSAS ORGÂNICAS |
Depressão | Arteroesclerose |
Estresse | Diabetes |
Autoestima baixa | Deficiência Hormonal |
Insegurança | Problema nos nervos |
Medo |